sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dúvida

DÚVIDA

A dúvida é a principal origem da negação nas grandes causas e nas grandes épocas. A época presente em que o Espiritismo procura demonstrar a existência de Deus e a imortalidade da Alma, é uma daquelas em que o egoísmo, na mais refece manifestação, se ergue, como a hidra de Lerna, a querer aniquilar os esforços dos dedicados obreiros em serviço de Deus e da própria humanidade. 
      Todos aqueles a quem forem presentes provas, dessas que não admitem a dúvida menos racional e justa, e queiram duvidar, procurarão logo, na sua imaginação egoísta e perversa, todos os argumentos que a idiotia possa forjar no laboratório da Insânia, para explicarem o que não compreendem.
E' que, para eles, não haverá razão que se anteponha à perversão da sua própria inteligência, e ao medo de que a convicção da verdade lhes possa pôr impedimentos aos desregramentos que a materialidade da besta humana possa facilitar e consentir.
      Eu também fui assim: também levei a minha vida na dolorida e horripilante tortura da dúvida e da negação.
      Era porque tinha receio de crer; era porque não podia admitir, no meu insofrido orgulho, que Deus tivesse autoridade para punir-me de faltas que eu não queria reconhecer existirem, porque tinha medo.
      Quem sabe se é só o medo que ocasiona e justifica a dúvida?
Porque é que se não há-de crer na verdade, se ela se impõe, se ela subjuga, se ela aniquila, pela sua extraordinária luz, os mais rebeldes, mas os mais sinceros antagonistas?
Porquê? Que persistência, que teimosia, que horripilante tenacidade na rebeldia de abrir os olhos à luz que Deus manda para iluminar e redimir a Humanidade!!!
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Mensagem ditada por Camilo Castelo Branco a Fernando Lacerda  em 20 de novembro ano de 1906
Livro: do País da Luz  volume I
Muita paz. 


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