quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Harmonia do Universo

Harmonia do Universo
Estabelecida em nós a existência de um princípio inteligente e racional, o encadeamento das causas e dos efeitos, para explicar a sua origem mister se faz remontarmos à fonte donde ela dimana. Essa fonte, na pobre e insuficiente linguagem humana, é designada pelo nome de DEUS.
DEUS é o centro para o qual convergem e onde vão terminar todas as potências do Universo. É o foco de que emana toda a idéia de justiça, de solidariedade, de amor, o alvo comum para o qual todos os seres se encaminham, consciente ou inconscientemente. É das nossas relações com o Grande Arquitecto dos mundos que decorre a harmonia universal, a comunhão, a fraternidade. Para sermos realmente irmãos, é necessário um pai comum, e esse pai só pode ser DEUS.
DEUS, dirão, tem sido apresentado sob aspectos tão estranhos, às vezes tão odiosos, pelos homens de seita, que o espírito moderno se desviou dele. Mas que importam as divagações dos sectários? Pretender que DEUS pode ser rebaixado pelos intentos dos homens, equivale a dizer que o Monte Branco do e o Himalaia podem ser abalados pelo sopro de um mosquito. A verdade paira radiosa e deslumbrante muito acima das obscuridades teológicas.
Para entrever essa verdade, o pensamento deve desligar-se dos preceitos acanhados, das práticas vulgares; deve regeitar as formas grosseiras com que as religiões envolveram o supremo ideal. Deve estudar DEUS na majestade das suas obras.
À hora em que tudo repousa, quando a noite é transparente e o silêncio se estende sobre a Terra adormecida, então, ó homem, ó meu irmão, eleva o teu olhar e contempla o infinito dos céus.
Observa a marcha cadenciada dos astros, evolutindo nas profundezas. Esses focos inumeráveis são mundos, comparada aos quais a Terra não é mais que um átomo,sóis prodigiosos, rodeados por cortejos de esferas e cujo rápido percurso se mede, em cada minuto, por milhões de léguas. Distâncias espantosas os separam de nós, e eis por que nos parecem simples pontos luminosos. Mas, projecta sobre eles essa luneta colossal da ciência, o telescópio. Distinguirás suas superfícies semelhantes a oceanos de fogo. Procurarás inutilmente contá-los; eles se multiplicam até às regiões mais remotas, confundindo-se pouco a pouco numa poeira luminosa. Verás, também, sobre os mundos vizinhos da Terra desenharem-se os mares, moverem-se as nuvens. Reconhecerás que as manifestações da vida se produzem por toda a parte e que uma ordem admirável une, sob leis uniformes e em destinos comuns, a Terra e seus irmãos, os planetas errantes no infinito. Saberás que todos esses mundos, habitados por outras sociedades humanas, se agitam, se afastam, se aproximam, impulsionados por diversas velocidades, percorrendo órbitas imensas; que por toda parte o movimento, a actividade, a vida, se patenteiam em espectáculo grandioso. Observa também o nosso globo, esta terra, nossa mãe, que parece dizer-nos: vossa carne é a minha; sois meus filhos. Observa esta grande nutriz da Humanidade; vê a harmonia dos seus contornos, seus continentes no seio dos quais as nações cresceram e se multiplicaram, seus vastos oceanos sempre em movimento; segue o renovamento das estações que a revestem de verdes enfeites e messes douradas; contempla todos os seres vivos que a povoam: aves, insectos, animais, plantas e flores, cada um dos quais é uma obra maravilhosa, uma jóia do escrínio divino. Observa-te a ti mesmo; vê o jogo admirável dos teus orgãos, o mecanismo maravilhoso e complicado dos sentidos. Que gênio humano poderia imitar obras-primas tão delicadas: os olhos os ouvidos?
Considera todas essas coisas e pergunta à tua razão, ao teu descernimento, se tanta beleza, esplendor, harmonia, podem resultar do acaso, ou se não deveremos antes atribuir tudo isso a uma causa inteligente presidindo à ordem do mundo e à evolução da vida. E se, em contestação, aludes aos flagelos, às catástrofes, enfim a tudo o que vem perturbar essa ordem admirável, responderei: Perscruta os problemas da Natureza, não te detenhas à superfície, desce ao fundo das coisas e descobrirás com surpresa que essas aparentes contrdições não fazem mais que confirmar a harmonia geral, pois tudo é útil ao progresso dos seres, único fim da existência.
Se DEUS fez o mundo, replicam garbosamente certos materialistas, quem fez portanto a DEUS?Tal objeção é insensata. DEUS não se vem adaptar à cadeia das suas criaturas. É o SER universal, sem limites no tempo e no espaço; por conseguinte, é infinito e eterno. Não pode existir ser superior ou igual a Ele. DEUS é a fonte e o princípio de toda a vida. É por Ele que se unem, ligam e harmonizam todas as forças individuais, que, se não fosse Ele, estariam insuladas e divergentes. Abandonadas a si mesmas, não sendo regidas por uma lei, por uma vontade superior, essas forças só teriam produzido a confusão e o caos. A existência dum plano geral, dum alvo comum para o qual tendem todas as potências do Universo, prova a exisência duma causa, duma inteligência suprema que é DEUS.
Fonte: Livro O Porquê da Vida
LÉON DENIS, nesta como em outras obras nos ajuda a um melhor entendimento de Deus e da sua Obra

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